Se você já se perguntou o que é indie, saiba que você não está sozinho. O termo é amplamente usado em contextos como música, cinema, jogos e até moda. Mas o que realmente significa ser indie? Neste artigo, vamos explorar as raízes do indie na música, discutir sua verdadeira definição e desmistificar a ideia de que indie é uma estética.
A história do indie na música
O termo “indie” tem suas raízes no mundo da música. Surgiu como uma abreviação de independent, referindo-se a bandas e artistas que lançavam seus trabalhos de forma independente, sem o suporte das grandes gravadoras. Esse movimento ganhou força especialmente nos anos 1980 e 1990, quando bandas como Sonic Youth e Pixies se destacaram por sua abordagem autônoma.
Segundo o site Pitchfork, “indie music is less about a specific sound and more about a spirit of independence and artistic freedom” (“a música indie não diz respeito a um som específico, mas a um espírito de independência e liberdade artística”). Um exemplo emblemático dessa transição do independente para o mercado foi o Nirvana, que começou como uma banda indie antes de ser absorvida pelo mainstream com o lançamento de Nevermind.
O que é indie?
De forma simples, ser indie significa priorizar a independência na produção e distribuição de conteúdo. Isso vale para música, cinema e até games. O objetivo principal é manter o controle criativo sobre o trabalho, evitando as pressões comerciais que muitas vezes vêm com contratos de grandes empresas.
No contexto dos games, por exemplo, a produtora mineira Long Hat House, de Dandara, é um exemplo claro de independência, criando um jogo inovador e culturalmente relevante fora do circuito das grandes desenvolvedoras.
Em uma entrevista ao Guardian, o músico Steve Albini comentou: “The less interference you have from outsiders, the more your work remains authentic to your vision” (“Quanto menos interferência externa você tiver, mais seu trabalho permanecerá autêntico à sua visão”) .
Indie não é estética
Um dos maiores equívocos sobre o indie é associá-lo a uma estética específica. Muitos acreditam que ser indie é usar roupas vintage, ouvir bandas alternativas ou criar com um visual minimalista. No entanto, indie é um conceito que vai muito além disso.
A estética pode variar amplamente entre artistas e criadores indie, justamente porque o termo não está relacionado a um estilo visual ou sonoro, mas sim à forma de produção. Por exemplo, enquanto bandas como Arctic Monkeys e Tame Impala têm sonoridades distintas, ambas começaram suas jornadas de forma independente.
Na prática, um filme indie pode ter um orçamento enxuto e uma narrativa ousada, enquanto um jogo indie pode explorar mecânicas únicas sem se preocupar com tendências de mercado. O que importa é a liberdade criativa e a autonomia, não um visual ou estilo pré-definido.
Conclusão
O termo indie vai muito além das aparências. Ele representa uma atitude de independência, autenticidade e resistência às normas impostas pelo mercado. A próxima vez que você ouvir alguém mencionar o termo, lembre-se: indie é mais sobre como algo é feito do que como ele parece ou soa.
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